domingo, julho 30, 2006

Entre ratos e livros (suis je)

Ratos. Hoje tava pensando nos livros que li e que têm ratos. É impressionante como eles estão presentes:
1984/George Orwell - Ratos são o grande medo do personagem principal e o Big Brother vai usá-los pra fazer com que o cara abra mão de tudo, inclusive do seu amor. É o meu livro mais assustador de todos os tempos.
O Rei de Havana/Pedro Juan Gutiérrez - No final do livro o "Rei" de Havana está vivendo em meio a um lixão e zelando pelo cadáver da namorada (que o mesmo matou a facadas) quando os ratos decidem disputar na força o "quitute" que é um corpinho putrefato de alguns dias. O cara morre delirando por causa da febre que se origina das mordidas dos ratos. Caracas... esse livro também é punk! Já no começo o irmão do "Rei" se atira de um telhado logo após ter matado a mãe - por acidente - quando a velha flagra os dois se masturbando olhando pra vizinha (que sabia estar sendo observada) do prédio ao lado. Uhhuuuu...
Os Ratos/Dyonélio Machado - Umas das poucas leituras prazerosas do vestibular. O velho Dyonélio tinha as manhas. O romance é tri bem escrito. Se passa na Porto Alegre dos bondes e os mais desavisados podem muito bem pensar que estão lendo uma história ambientada no Rio de Janeiro. Os ratos aí são uma metáfora (embora existam fisicamente no romance), mas eu sou péssimo pra explicar metáforas. Leiam o livro, é ótimo.
Um Dia na Vida de Ivan Denissovitch/Alexander Soljenitsen - Li há tanto tempo este livro, lembro muito pouco dele. No filme As Invasões Bárbaras o personagem principal (meu herói mulherengo, bebedor de vinho e intelectual morrendo de câncer e amenizando o sofrimento com doses de heroína enquanto não comete um suicídio honroso) fala muito do Arquipélago Gulag, também do Soljenitsen. Vou lê-lo um dia, mas riicumeeendo esse que já li. Literatura russa... já sabe, né? Imagine tudo aquilo numa prisão na Sibéria onde a disputa por um naco de pão tem requintes de estratégia e inteligência (e onde um naco de pão na refeição diária faz alguma diferença), imagine os forçados tendo de trabalhar no frio e torcendo por uma temperatura amena (20 graus negativos já está bom, pra eles que encaram até -40ºC). Bah... eu, dostoievskiano de carteirinha, me atrevo a dizer que é melhor que Recordações da Casa dos Mortos, do mestre maior de todos os tempos, F.M. Dostoiévski. E os ratos? Não lembro da participação deles, mas sempre recordo a capa da minha edição, do Círculo do Livro, que tem o desenho de um rato parecido com este que eu desenhei.

Buenas, certamente li mais livros que tinham ratos. Mas não estou lembrando deles agora, e além do mais esse blog é pra divulgar os meus lindos desenhos e não a minha vasta bagagem de leituras que me tornou este sujeito sensacional. Beijos.

Ah, na bela história em quadrinhos "Maus", do Art Spiegel, os ratos desempenham papel importante também. Mas aí eles são os mocinhos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Confesso, não li todo o post, pois estou explodindo de dor de cabeça, MAS: alguém aqui ainda não sabia da tua paixão pelos escritores russos? Engraçado, eu li foram poetas russos, e gosto deles pra caramba; já os escritores, não li nada, que eu lembre...

Anônimo disse...

É mesmo, mtos ratos... Vou citar a escória da literatura q vc não lembrou (tu só lembrastes dos clássicos e maravilhosos): Quem mexeu no meu queijo (Hahahaha!), e Amar pode dar certo (Hahahaha!)! Tb fala deles, mas no seu papel de roedores no meio da sujeira, em Ensaio sobre a Cegueira do Saramago, num fala?